Paulo Bomfim*
Recentemente fui procurado por uma senhora que informava a sua aflição por sua filha com deficiência ter encontrado uma pessoa que "tinha desejo" pela deficiência que ela portava.
Tomei um baita susto!
Formulei alguns argumentos e disse à senhora que procurasse o Ministério Público da Comarca de um município do Alto Sertão alagoano.
Encucado, resolvo conversar com uma psicóloga. Conto-lhe a história. Ela me disse: "É devotee!" As características são disso." Explica-me mais algumas coisas e me orienta a pesquisar na internete.
"É tema tabu e debate recente, mas já tem", disse-me mais ou menos isso.
Ainda surpreso fui à internete.
Lá estava!
Devotee, em inglês, ou devoto, em português, é a conceito dado à pessoa que tem atração sexual pela deficiência física em si e não pela pessoa com deficiência. Em princípio, não é um amor ou uma aceitação por uma pessoa com deficiência, mas, sim, uma atração pela deficiência e que, por isso, leva ao contato com a pessoa que a porta. A atração pode abranger qualquer tipo de deficiência ou apenas um deles.
Ainda na internete, descubro que a literatura médica europeia trata do tema devoto desde o final do século XIII. No Brasil, o tema passou a ser tratado nos primórdios do século XIX, mas ganhou forte publicidade a partir de 1999, quando a jornalista Lia Crespo realizou uma pesquisa sobre o tema e descobriu muitos adeptos dessa prática.
Não consegui entender se devoteísmo é apenas um fetiche, uma "tara", ou uma doença, ou um desvio de personalidade.
Mas...
Mudei de opinião.
Compreendi que o devoteísmo anunciado pela sertaneja e desesperada mamãe não é um caso de polícia e sim de tratamento ou de aceitação de preferências.
E você acha o quê?
*José Paulo do Bomfim - reside em São Sebastião e trabalha em Santana do Ipanema; atua como voluntário facilitador do Curso de Nobre sobre Administração Pública Municipal e do Curso de Cidadania.
http://www.alagoasnanet.com.br/site/index.php?p=materias_ver&materia=2
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
.
PressAA
.
Recentemente fui procurado por uma senhora que informava a sua aflição por sua filha com deficiência ter encontrado uma pessoa que "tinha desejo" pela deficiência que ela portava.
Tomei um baita susto!
Formulei alguns argumentos e disse à senhora que procurasse o Ministério Público da Comarca de um município do Alto Sertão alagoano.
Encucado, resolvo conversar com uma psicóloga. Conto-lhe a história. Ela me disse: "É devotee!" As características são disso." Explica-me mais algumas coisas e me orienta a pesquisar na internete.
"É tema tabu e debate recente, mas já tem", disse-me mais ou menos isso.
Ainda surpreso fui à internete.
Lá estava!
Devotee, em inglês, ou devoto, em português, é a conceito dado à pessoa que tem atração sexual pela deficiência física em si e não pela pessoa com deficiência. Em princípio, não é um amor ou uma aceitação por uma pessoa com deficiência, mas, sim, uma atração pela deficiência e que, por isso, leva ao contato com a pessoa que a porta. A atração pode abranger qualquer tipo de deficiência ou apenas um deles.
Ainda na internete, descubro que a literatura médica europeia trata do tema devoto desde o final do século XIII. No Brasil, o tema passou a ser tratado nos primórdios do século XIX, mas ganhou forte publicidade a partir de 1999, quando a jornalista Lia Crespo realizou uma pesquisa sobre o tema e descobriu muitos adeptos dessa prática.
Não consegui entender se devoteísmo é apenas um fetiche, uma "tara", ou uma doença, ou um desvio de personalidade.
Mas...
Mudei de opinião.
Compreendi que o devoteísmo anunciado pela sertaneja e desesperada mamãe não é um caso de polícia e sim de tratamento ou de aceitação de preferências.
E você acha o quê?
*José Paulo do Bomfim - reside em São Sebastião e trabalha em Santana do Ipanema; atua como voluntário facilitador do Curso de Nobre sobre Administração Pública Municipal e do Curso de Cidadania.
http://www.alagoasnanet.com.br/site/index.php?p=materias_ver&materia=2
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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