

Esta história começa no Antigo Bregito, mas ninguém sabe para onde vamos (?!), tudo depende da origem e qualidade daquilo que o nosso roteirista tenha fumado ou bebido.
A civilização bregípcia se desenvolveu no Deserto das Idéias, a partir do século XXVI a.C., e durante cinco eternidades relativas foi governada por despóticos faraós.
A sociedade bregípcia dividia-se em duas camadas, a de cima, subdividida em escalões; a de baixo, em escalados.
Empresários, militares e escribas (apelidados pejorativamente de jornalistas) tinham destacada importância na sociedade, que era sustentada pelo trabalho escravo e impostos pagos por camponeses, artesãos, pequenos comerciantes e funcionários públicos.
No Antigo Bregito também existiam poetas e trovadores. Suas obras são verdadeiros legados históricos, sem elas pouco entenderíamos o enredo desta epopéica superprodução Assaz Atroz.
Caetanó, por exemplo, era um dos trovadores que defendia a tese de que “a força da grana” erguia ou destruía coisas belas. Enquanto Chicó, em suas imortalizadas composições, denunciava a exploração do homem pelos autoproclamados semideuses, que submetiam os escravos à mais aviltante condição subumana, estes que erguiam "estranhas catedrais”.
Vejamos dois preciosos papiros do acervo da Fundação Assaz Atroz, neles estão registrados trechos de canções desses trovadores.




No Antigo Bregito, o faraó era considerado um deus. Mas somente ele sabia que isso era um tremendo papo-furado, pois já havia tentado remover montanhas com a força do pensamento, no entanto só conseguira remover dinheiro dos cofres públicos e transferi-lo para suas contas nos paraísos fiscais, tudo à força da corrupção.

O Faraó Efeagá C (o centésimo da dinastia Tutakamolesta, 2002-1964 a.C.), também conhecido como Farol de Alexia, foi um dos mais corruptos soberanos do Antigo Bregito.
(A partir daqui, o espectador deve mentalizar a sinfonia Bolero de Ravel, à maneira de um tema musical da trilha sonora desta magnífica superprodução, até que, na sequência, o assaz atroz sonoplasta indique outra obra)
Durante o reinado de Efeagá C, o primeiro escalão se esbaldava em tutakamolestônicas surubas promovidas pela corte...



Foi nesse contexto histórico que surgiu o movimento em prol de eleições diretas para faraó, o Diretas, ó, Já!
(Corte o Bolero de Ravel, substitua por ventos uivantes)
Em 1973 a.C. a União Bregípcia de Escribas começou a falar de um tal Lulah-Alah, presidente do Sindicato dos Ferreiros. O metalúrgico era apontado como insurgente. Lulah passou a pregar em favor da união das muitas centrais únicas de artesãos espalhadas pelo país, até que conseguiu fundar o PT (os registros históricos de que dispomos não revelam o que significava esta sigla, sabemos apenas que seus adeptos eram conhecidos como petistas).
Lulah-Alah pregando num dos oásis do Deserto de Idéias:

O papiro seguinte foi recuperado pela equipe de restauradores da Fundação Assaz Atroz, ele registra trecho da Carta de Princípios, que traçava as diretrizes para a fundação do PT:
Com isso, considerou-se que o PT havia erguido a bandeira de subversão da ordem e se constituído numa das mais sérias ameaças ao tirânico regime tutakamolestista.
Certo dia, Efeagá C estava na universidade, onde fazia um curso de Sociologia. O reitor se aproximou dele e lhe contou, detalhadamente, sobre o movimento sindicalista encabeçado por Lulah-Alah.
Surpreendente foi a reação do faraó ao receber aquela notícia. Todos acreditavam que ele mandaria cortar a cabeça do ferreiro que ousava desafiar seu poder. Porém, ao contrário do esperado, Efeagá C teve uma crise de riso. Riu a bandeiras despregadas.
O soberano mandou lavrar e assinou o decreto que instituiu eleição direta para faraó. A Fundação Assaz Atroz possui cópia original do decreto faraônico:
Decretada a realização do pleito, o PT iniciou sua primeira campanha rumo ao trono do Antigo Bregito, tendo Lulah-Alah como candidato.
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PressAA
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