Lula e o segredo do partido mudo
O PT é um partido sem mídia.
O PSDB é uma mídia com partido.
Mauro Carrara
Poucos homens públicos brasileiros exibem currículo tão desonroso quanto o senador amazonense Arthur Virgílio.
Escolha-se uma patifaria qualquer. E logo se encontra o parlamentar como despudorado protagonista de uma façanha nessa categoria.
Qualquer “cidadão de bem”, se bem informado, pediria a cassação imediata do embusteiro da floresta. Bastaria que soubesse, por exemplo, como o tucano agiu na CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para salvar seu comparsa Omar Aziz.
Ainda assim, Virgílio mantém-se como interlocutor preferencial da mídia golpista. Com sua cara de gaiato falastrão, posa como paladino da moral e dos bons costumes.
Lula o considera um sujeito de má índole e reclama por ter como oponente o mais desqualificado membro da Câmara Alta.
Este é apenas um exemplo de como o presidente trava uma luta desigual no campo da informação.
(...)
Há ainda quem diga que a tal “blogosfera” já é capaz de ocupar esse espaço estratégico, o que se constitui em estupendo equívoco, mesmo que se louve a batalha diária de Azenhas, Rodrigos, Cloaqueiros, Beatrices e outros heróis da resistência.
(...}
Herança de silêncio
No árduo trabalho para conduzir o metalúrgico à presidência, seu principal articulador prometeu que o Partido Mudo não invadiria alguns feudos de comunicação.
Em troca, as famílias do cartel de comunicação pegariam leve com o candidato.
O acordo nunca foi bem cumprido pelos midiocratas. E, em dado momento, o próprio articulador foi triturado por esses interlocutores.
Estranhamente, no entanto, os homens de comunicação do governo e do Partido Mudo ainda respeitam essa vergonhosa interdição.
O que, afinal, explica a manutenção desse transe? Acorda, zumbi! Fala!
O PT é um partido sem mídia.
O PSDB é uma mídia com partido.
Mauro Carrara
Poucos homens públicos brasileiros exibem currículo tão desonroso quanto o senador amazonense Arthur Virgílio.
Escolha-se uma patifaria qualquer. E logo se encontra o parlamentar como despudorado protagonista de uma façanha nessa categoria.
Qualquer “cidadão de bem”, se bem informado, pediria a cassação imediata do embusteiro da floresta. Bastaria que soubesse, por exemplo, como o tucano agiu na CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para salvar seu comparsa Omar Aziz.
Ainda assim, Virgílio mantém-se como interlocutor preferencial da mídia golpista. Com sua cara de gaiato falastrão, posa como paladino da moral e dos bons costumes.
Lula o considera um sujeito de má índole e reclama por ter como oponente o mais desqualificado membro da Câmara Alta.
Este é apenas um exemplo de como o presidente trava uma luta desigual no campo da informação.
(...)
Há ainda quem diga que a tal “blogosfera” já é capaz de ocupar esse espaço estratégico, o que se constitui em estupendo equívoco, mesmo que se louve a batalha diária de Azenhas, Rodrigos, Cloaqueiros, Beatrices e outros heróis da resistência.
(...}
Herança de silêncio
No árduo trabalho para conduzir o metalúrgico à presidência, seu principal articulador prometeu que o Partido Mudo não invadiria alguns feudos de comunicação.
Em troca, as famílias do cartel de comunicação pegariam leve com o candidato.
O acordo nunca foi bem cumprido pelos midiocratas. E, em dado momento, o próprio articulador foi triturado por esses interlocutores.
Estranhamente, no entanto, os homens de comunicação do governo e do Partido Mudo ainda respeitam essa vergonhosa interdição.
O que, afinal, explica a manutenção desse transe? Acorda, zumbi! Fala!
Leia artigo completo do Mauro Carrara, está postado numa pá de sites, blogs e portais, escolhi o do Luiz Carlos Azenha Viomundo...
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/lula-e-o-segredo-do-partido-mudo/
Agora leia artigo que escrevi tempos atrás...
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/lula-e-o-segredo-do-partido-mudo/
Agora leia artigo que escrevi tempos atrás...
Gafanhoto Maroto
(4 de agosto de 2006)
Fernando Soares Campos
Um amigo me enviou um artigo assinado por César Benjamin, candidato a vice-presidente na chapa da senadora Heloísa Helena (PSOL), editor e autor de “A opção brasileira” (Contraponto, 1998, nona edição) e “Bom combate” (Contraponto, 2004). O texto trata de um encontro que Benjamin teve com o presidente Lula, em 1989, naquele momento derrotado nas urnas por Collor de Mello.
O ex-petista César Benjamin nos conta:
“...fui para a porta da Rede Globo de Televisão, no Rio de Janeiro, protestar contra a edição do último debate entre Lula e Collor, a exibição de seqüestradores do empresário Abílio Diniz com camisetas do PT e a manipulação de uma mulher pobre e ressentida, que havia recebido dinheiro para macular a vida pessoal do nosso candidato. Viajei em seguida a São Paulo, onde encontrei Lula. Tivemos um diálogo curto, que nunca esqueci. Lula me disse: ‘Cesinha, sabe quem me ligou nesses dias? O Alberico, da Globo. Jantei com eles anteontem. Derrubamos quatro litros de uísque. Eu pedi que não se preocupassem, que estava tudo bem entre nós. Não vou brigar com a Globo, não é, Cesinha?’"
O ex-petista César Benjamin nos conta:
“...fui para a porta da Rede Globo de Televisão, no Rio de Janeiro, protestar contra a edição do último debate entre Lula e Collor, a exibição de seqüestradores do empresário Abílio Diniz com camisetas do PT e a manipulação de uma mulher pobre e ressentida, que havia recebido dinheiro para macular a vida pessoal do nosso candidato. Viajei em seguida a São Paulo, onde encontrei Lula. Tivemos um diálogo curto, que nunca esqueci. Lula me disse: ‘Cesinha, sabe quem me ligou nesses dias? O Alberico, da Globo. Jantei com eles anteontem. Derrubamos quatro litros de uísque. Eu pedi que não se preocupassem, que estava tudo bem entre nós. Não vou brigar com a Globo, não é, Cesinha?’"
Muitos de nós apontamos o pecado capital de Brizola: quebra de braço inútil com a Rede Globo de Televisão.
Já disse um guru ao seu discípulo: “Gafanhoto, nunca esqueça: a diferença entre uma pessoa inteligente e um sábio é que o primeiro aprende com os próprios erros”. No entanto só o tempo vai nos revelar quando acertamos ou erramos nos nossos relacionamentos interpessoais.
Os eleitores, cansados de viver a derrota política do PT, muitas vezes apontaram como um dos erros mais grave do PT a insistente determinação de não firmar acordos políticos com outras correntes ideológicas. Numa conversa que tive com certo político de “centro”, em Recife, no final dos anos 80, ouvi o camarada chamar de “purismo inútil” a atitude petista de não querer formar alianças “um pouco menos à esquerda”. Todos afirmavam num tom de cobrança: para se chegar ao poder, é necessário alianças, mesmo com a direita (claro que isso não queria dizer com “corruptos”, seria apenas no sentido ideológico). O PT sempre foi pressionado a isso: não cometer a “infantilidade” de Brizola, chamando a Rede Globo para o ringue; nem se isolar no “purismo dos ingênuos”, evitando alianças com partidos de centro.
Finalmente ficou comprovado que, no nosso sistema de castas, só se pode chegar ao poder através de alianças politicamente bem trabalhadas. Aliás, sem isso, nem mesmo o processo revolucionário cubano através das armas teria tido êxito. Não acredito que, em nenhum processo democrático, possa existir governabilidade sem os acordos e alianças políticas. Somente nas ferrenhas ditaduras é que se governa unilateralmente.
Foi o próprio Lula, quando era deputado federal, quem disse que o Congresso Nacional está “assim de picareta”, uns 300, na sua avaliação da época. A verdade é que 300 ou 3, sejam quantos forem, sempre haverá picareta nas casas legislativas de qualquer democracia. Quem os colocou lá? Nós, os eleitores, claro. Se o fizemos iludidos pelos seus discursos ou comprados pelas suas moedas, isso é outra discussão. A questão aqui é: o que fazer com os picaretas? Colocá-los no paredão e rrraaatatata...?! Então vamos dar o golpe e começar a faxina ditatorial. Mas, peralá!, quem são os picaretas? Isso, além de relativo, tem um fator angustiante: muitas vezes a gente sabe que o cara é 171, o sujeito chega ao requinte de assumir publicamente a franciscana filosofia do “é dando que se recebe”; às vezes vai além: assume a autoria de atos ilícitos incapazes de serem provados, como, por exemplo, dizer que alguém o subornou, mas não passou recibo da propina [caso de Roberto Jefferson no escândalo do "mensalão"], portanto nem ele próprio pode provar ao mundo que foi corrompido. Picareta que se preza comete o crime perfeito. Picareta que se preza corrompe-se e prova que as vítimas são os verdadeiros culpados.
O PT errou quando não quis enfrentar a Rede Globo na queda de braço? Errou quando fez alianças com a esquerda de quem vem? Errou quando se desentendeu com a extrema esquerda, essa que costuma dar uma volta de 359 graus e andar de mãos dadas com o ponto seguinte da circunferência? Erros existem para que aprendamos. Cabe ao “gafanhoto” escolher a maneira de aprender com eles.
Gosto de escrever ficção, por isso fiz de conta que estive no encontro de “Cesinha” com Lula. Aí, a meu ver, o papo entre os dois se deu assim:
Lula: — Cesinha, sabe quem me ligou nesses dias? O Alberico, da Globo. Jantei com eles anteontem. Derrubamos quatro litros de uísque. Eu pedi que não se preocupassem, que estava tudo bem entre nós. Não vou brigar com a Globo, não é, Cesinha?.
Porém creio que a conversa não se encerou por aí. Lula teria completado:
Lula: — Deixei que eles pensassem que estamos satisfeitos com tudo isso. Se falasse que, no caso da edição do debate, eles foram verdadeiros fdp’s, os caras só iam se trancar e fazer mais efedepices. O que você acha, Cesinha?
Cesinha, provavelmente, bateu no ombro de Lula e deve ter concluído:
"Com um líder como você, companheiro, a gente chega lá!"
O “gafanhoto” viajou de volta para o Rio, feliz, convicto de que tivera um papo histórico com o presidente do PT e futuro presidente da República.
Acertou.
Quem sabe ele seria o vice... ou o próximo primeiro mandatário desta nação?
Errou
Mas, com a experiência do seu guru, Benjamin está tentando acertar. Resta saber se, hoje [à época como candidato a vice de Heloísa], ele ainda está disposto a ir para a porta da Rede Globo de Televisão, para protestar contra alguma matéria cuja edição ele não venha a gostar. Ou se teria aprendido a lição.
De qualquer forma, senadora Heloísa Helena, imagino que V.Exa. não bebe, mas, se rezar junto com o pessoal da Globo, peça a Deus para que seu vice não saiba, pois Cesinha gosta de contar suas conversas reservadas.
Já disse um guru ao seu discípulo: “Gafanhoto, nunca esqueça: a diferença entre uma pessoa inteligente e um sábio é que o primeiro aprende com os próprios erros”. No entanto só o tempo vai nos revelar quando acertamos ou erramos nos nossos relacionamentos interpessoais.
Os eleitores, cansados de viver a derrota política do PT, muitas vezes apontaram como um dos erros mais grave do PT a insistente determinação de não firmar acordos políticos com outras correntes ideológicas. Numa conversa que tive com certo político de “centro”, em Recife, no final dos anos 80, ouvi o camarada chamar de “purismo inútil” a atitude petista de não querer formar alianças “um pouco menos à esquerda”. Todos afirmavam num tom de cobrança: para se chegar ao poder, é necessário alianças, mesmo com a direita (claro que isso não queria dizer com “corruptos”, seria apenas no sentido ideológico). O PT sempre foi pressionado a isso: não cometer a “infantilidade” de Brizola, chamando a Rede Globo para o ringue; nem se isolar no “purismo dos ingênuos”, evitando alianças com partidos de centro.
Finalmente ficou comprovado que, no nosso sistema de castas, só se pode chegar ao poder através de alianças politicamente bem trabalhadas. Aliás, sem isso, nem mesmo o processo revolucionário cubano através das armas teria tido êxito. Não acredito que, em nenhum processo democrático, possa existir governabilidade sem os acordos e alianças políticas. Somente nas ferrenhas ditaduras é que se governa unilateralmente.
Foi o próprio Lula, quando era deputado federal, quem disse que o Congresso Nacional está “assim de picareta”, uns 300, na sua avaliação da época. A verdade é que 300 ou 3, sejam quantos forem, sempre haverá picareta nas casas legislativas de qualquer democracia. Quem os colocou lá? Nós, os eleitores, claro. Se o fizemos iludidos pelos seus discursos ou comprados pelas suas moedas, isso é outra discussão. A questão aqui é: o que fazer com os picaretas? Colocá-los no paredão e rrraaatatata...?! Então vamos dar o golpe e começar a faxina ditatorial. Mas, peralá!, quem são os picaretas? Isso, além de relativo, tem um fator angustiante: muitas vezes a gente sabe que o cara é 171, o sujeito chega ao requinte de assumir publicamente a franciscana filosofia do “é dando que se recebe”; às vezes vai além: assume a autoria de atos ilícitos incapazes de serem provados, como, por exemplo, dizer que alguém o subornou, mas não passou recibo da propina [caso de Roberto Jefferson no escândalo do "mensalão"], portanto nem ele próprio pode provar ao mundo que foi corrompido. Picareta que se preza comete o crime perfeito. Picareta que se preza corrompe-se e prova que as vítimas são os verdadeiros culpados.
O PT errou quando não quis enfrentar a Rede Globo na queda de braço? Errou quando fez alianças com a esquerda de quem vem? Errou quando se desentendeu com a extrema esquerda, essa que costuma dar uma volta de 359 graus e andar de mãos dadas com o ponto seguinte da circunferência? Erros existem para que aprendamos. Cabe ao “gafanhoto” escolher a maneira de aprender com eles.
Gosto de escrever ficção, por isso fiz de conta que estive no encontro de “Cesinha” com Lula. Aí, a meu ver, o papo entre os dois se deu assim:
Lula: — Cesinha, sabe quem me ligou nesses dias? O Alberico, da Globo. Jantei com eles anteontem. Derrubamos quatro litros de uísque. Eu pedi que não se preocupassem, que estava tudo bem entre nós. Não vou brigar com a Globo, não é, Cesinha?.
Porém creio que a conversa não se encerou por aí. Lula teria completado:
Lula: — Deixei que eles pensassem que estamos satisfeitos com tudo isso. Se falasse que, no caso da edição do debate, eles foram verdadeiros fdp’s, os caras só iam se trancar e fazer mais efedepices. O que você acha, Cesinha?
Cesinha, provavelmente, bateu no ombro de Lula e deve ter concluído:
"Com um líder como você, companheiro, a gente chega lá!"
O “gafanhoto” viajou de volta para o Rio, feliz, convicto de que tivera um papo histórico com o presidente do PT e futuro presidente da República.
Acertou.
Quem sabe ele seria o vice... ou o próximo primeiro mandatário desta nação?
Errou
Mas, com a experiência do seu guru, Benjamin está tentando acertar. Resta saber se, hoje [à época como candidato a vice de Heloísa], ele ainda está disposto a ir para a porta da Rede Globo de Televisão, para protestar contra alguma matéria cuja edição ele não venha a gostar. Ou se teria aprendido a lição.
De qualquer forma, senadora Heloísa Helena, imagino que V.Exa. não bebe, mas, se rezar junto com o pessoal da Globo, peça a Deus para que seu vice não saiba, pois Cesinha gosta de contar suas conversas reservadas.
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19 de agosto de 2009: Quando Cesinha se desiludiu, sacando que não seria ele o vice de Lula, nem o próximo da lista para presidente da República, caiu fora do PT. Haja despeito! Haja inveja! Haja pavão! Haja covardes! Haja corruptos! Haja acordos de compadrio! Haja golpistas! Haja filhos da puta!
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PressAA
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PressAA
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