O ridículo dos ingênuos é ridículo stricto sensu, considerando-se, diante do significado da palavra, tão-somente a manifestação de alguém que tem um “modo risível de ser e/ou de se comportar”, alguém que, por ignorância e espontaneidade de quem não cultivou hábitos e comportamentos convencionais, desdenha o escárnio a que se submete. Até aí, o indivíduo “ridículo” é visto apenas como “engraçado”, pessoa que cultivou um humor de gosto duvidoso. Nesses casos o engraçado geralmente se torna enfadonho, mas em níveis toleráveis, nada que provoque o menor abalo idiossincrático em quem quer que seja.
O ridículo dos canalhas é ridículo lato sensu. Adjetivo: digno de riso, merecedor de escárnio ou zombaria, por desviar-se de modo sensível do que se considera socialmente; destituído de bom senso, de ponderação; que se presta à exploração do lado cômico; que tem por efeito suscitar o riso; risível, bufo, cômico; que denota mau gosto, que possui ornamentação ou aspecto exageradamente espalhafatoso, sem harmonia; que tende à vulgaridade; que tem pouco valor; insignificante, irrisório. (uso informal) que tem muito apego ao dinheiro; sovina, avarento. Substantivo masculino: indivíduo cujo comportamento, opinião etc. são dignos de zombaria; aquilo que, numa pessoa, coisa ou situação, se presta ao riso, ao escárnio, ao sarcasmo; modo risível de ser e/ou de se comportar; ato pelo qual se critica alguém ou algo com zombaria; comentário, dito com que se ridiculariza pessoa ou coisa; escárnio.
O ridículo dos canalhas é degradante, indecoroso, asqueroso, é ridículo corrompido até as entranhas do ser.
Observemos alguns exemplos de ridículo dos ingênuos:
Agora atentemos para exemplos de ridículo dos canalhas:
E a patrulha serrista da Folha pegou o Sérgio Guerra
A Folha de S. Paulo, que passou a atuar como a KGB da campanha de José Serra, publica hoje a terceira matéria, em quatro dias, dedurando os “aliados” do “coiso” que o estão escondendo no material de campanha.
Hoje uma das “vítimas” é o próprio presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, candidato a deputado federal, que diz que seus santinhos não têm o nome de Serra por “erro de montagem”. Os jornalistas da Folha, utilizados no papel de agentes do esquadrão “Caça-Traíra”, levantaram o mesmo em relação aos materiais do candidato ao Governo pernambucano, Jarbas Vasconcelos, e ao cearense, Marcos Cals, que reproduzo aqui, onde Jereissati, o “galeguim dos zoio azul” (tá mais jovem, não?) é a estrela e Serra o nada.
Clique na imagem para ampliar e tentar achar o Serra
Diz a Folha que até Alkmin está na base do “antes só que mal acompanhado”.
Se não bastasse isso, o Sérgio Guerra, aquele que o Lula chamou de…esqueci… ainda está furioso hoje de manhã, porque o blog da Folha de Pernambuco flagrou um carro de sua campanha decorado com adesivos de Eduardo Campos (PSB) e de Dilma, como você vê na foto ao lado.
Portanto, mais um boato que está sendo maldosamente espalhado contra Serra: nem seus aliados estão querendo se queimar com sua imagem. Autoria do boato identificada: Marco Maciel, Marcos Cals, Tasso Jereissati e, possivelmente, Geraldo Alkmin. Atenção, QG tucano, mande um esquadrão pra cima deles…
Mais ridículo dos canalhas:
Óleo do Diabo
por Miguel do Rosário
A Folha deu destaque no fim de semana, e o Globo de hoje estampou manchete:
De todos os dossiês ridículos que a mídia tenta jogar no colo do PT, esse é a obra máxima. Uma cartinha anônima virou DOSSIÊ PETISTA. No terrível dossiê, que ESQUENTOU A CAMPANHA, acusa-se Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, de perguntar ao diretor da Previ sobre as dívidas da empresa do namorado. Detalhe, não se acusa o interlocutor de sequer ter prestado atenção à pergunta da moça. Tudo teria ficado numa pergunta, alçada agora à condição de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA.
O presidente do PSDB, Sergio Guerra, não tem medo de partilhar dessa estratégia risível e pisa bem fundo na lama:
O presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), teme que uma onda de dossiês contamine ainda mais a disputa eleitoral. Para o tucano, os petistas têm verdadeira obsessão e compulsão por dossiês.
- Eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva e compulsiva do PT e do governo. Os petistas são cheios de hábitos estranhos - disse Guerra, que também é coordenador da campanha presidencial de José Serra (PSDB).
Vamos tentar usar um pouco a razão. Em primeiro lugar, o suposto dossiê levantado pela Folha (eu vi a edição, o assunto ocupa a capa e várias páginas inteiras) não é, tecnicamente falando, um dossiê. É uma cartinha anônima apócrifa.
Se formos converter qualquer cartinha anônima apócrifa num terrível DOSSIÊ PETISTA, então existem milhões de DOSSIÊS PETISTAS rolando por aí.
O patético é que essa história não tem nada a ver com Dilma Rousseff. Afeta-a apenas porque é COISA DO PT. Ajuda a fortalecer esse preconceito figadal de setores vulneráveis intelectualmente da classe média contra o partido de Dilma. Mas sequer a atinge diretamente. E nem toca em nada relativo ao PSDB ou DEM. É estranho, portanto, que a reportagem do Globo procure a opinião de Sérgio Guerra, o maior adversário do PT, sobre a história. É claro que ele tentou faturar politicamente, na maior cara de pau. Dizer que "eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva", é pura baixaria.
A mídia e a oposição inventaram um novo demônio: O DOSSIÊ. Na verdade, não existe nada de intrinsicamente maligno num dossiê. Se um governo pretende preencher um cargo sensível politicamente, nada mais lógico que mandar fazer um dossiê sobre aquela pessoa. Não é proibido fazer dossiê. Mas a mídia satanizou a palavra e agora procura sempre associá-la, em manchetes garrafais, ao PT.
É impressionante, porém, como os tucanos resolveram baixar o nível da campanha. "Os petistas são cheios de hábitos estranhos", afirmou Guerra, ao Globo. Ele trata do dossiê como se fosse uma espécie de crack e os petistas um bando de viciados. Ele usa o termo "viciados".
Segundo o Ibope, o PT tem a preferência de 29% do eleitorado brasileiro, contra apenas 7% do PSDB. Essa tática de satanizar o PT através da mídia não tem surtido efeito. Ao contrário, produziu uma massa crítica fortemente favorável ao PT e fez surgir um petista já vacinado contra essas manipulações toscas.
Acredito que muitos pais, ao escutarem a pergunta: "pai, o que é dossiê?", vão responder com um sorrisinho irônico: "isso é trololó da mídia, filho".
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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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