sábado, 31 de julho de 2010

Chama a Yeda Crusius, Credo!



Vão dizer que eu estou favorecendo o Serra , mas neste momento de tanta aflição, em que ele tanto necessita de apoio, eu não poderia deixar de dar sugestões para melhorar sua imagem e não se sentir tão só e abandonado. Serra está implorando apoio do Aécio Neves, mas este foge da campanha eleitoral junto ao Serra como diabo da cruz. Então sugiro: Serra deve chamar a governadora do RS, a Yeda Crusius do PSDB, para gravar apoio; tenho certeza de que ela não vai deixar de socorrer o amigo, o companheiro de partido, só porque esteve envolvida com a corrupção do DETRAN do RS. O banqueiro Daniel Dantas também daria seu apoio com muito prazer, pois ele é muito grato ao PSDB, ao FHC, desde as privatizações das teles. Além do que sua filha foi sócia da irmã do Daniel Dantas. Não sei se haveria problemas para o Cacciola gravar apoio, por estar preso, mas ele foi sempre muito ligado ao PSDB e também é muito grato ao FHC. Afinal, graças ao PSDB de FHC, ele teve ganhos fantásticos e deixou um imenso prejuízo de R$1,6 bi ao país. Já foi sogro do seu vice o tal Índio da Costa. O senador Eduardo Azeredo do PSDB, pai do valerioduto desde 1996, responsável pelo mensalão mineiro, que desviou dinheiro das estatais de MG, também poderia gravar apoio ao amigo e companheiro de partido. O pessoal da Alstom poderia gravar apoio para o Serra , afinal já o apóia tanto com propinas por baixo dos panos, desde a era Covas. Assim como o consórcio responsável pela cratera do Metrô, cujo desabamento matou sete pessoas, poderia apoiar o Serra. Por ter sido preso, e de ser o chefe do mensalão do DEM não sei se o Arruda, poderia gravar mensagem de apoio ao Serra: ele é muito grato ao Serra pois seria o escolhido para ser o vice (vote em um careca e leve dois). Com tantos amigos e admiradores, o Serra não tem por quê ficar rastejando pelo apoio de Aécio Neves. Além do mais, segundo o PHA noticiou, a investigação que levou à Operação Satiagraha gravou todos os telefonemas entre Daniel Dantas e Naji Nahas com o governador de São Paulo. Há um diálogo revelador, em que Nahas diz a Serra que o valor de R$ 6 bilhões é muito alto. Serra dá a instrução: pedir os R$ 6 bilhões na primeira praça, ver a reação, e, se for preciso, baixar o preço. Esse é um dos poucos indícios da relação direta de Serra com a quadrilha de Dantas e Nahas. O Serra tem que parar de rastejar pelo apoio do Aécio e chamar seus amigos e companheiros do PSDB e do cárcere, que se dispõem a gravar apoio para o horário eleitoral com muito gosto. FHC apóia com prazer o Serra que foi seu ministro, e como revelou o Noblat em seu blog em 15/11/2009, Serra emprestava o apartamento quando era deputado federal ao amigo FHC, para os encontros amorosos de FHC com a jornalista Miriam Dutra. Seria o apartamento funcional pago com dinheiro público? Só o Serra poderá responder essa questão. Algum jornalista vai perguntar?

Jussara Seixas

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Blog do Saraiva

Carlos Alberto Saraiva

Juiz de Direito aposentado pelo TJ/RJ,tendo como última atuação o V Juizado Especial Cível de COPACABANA.


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Brasília Confidencial



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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Rui Martins em carta aberta ao presidente da Comissão Nacional de Imigração


Rui Martins*

Exmo. Sr. Paulo Sérgio de Almeida,
presidente da Comissão Nacional de Imigração

Embora tenha sido membro do Conselho Provisório dos Representantes das Comunidades Brasileiras até outubro do ano passado, só tomei, nestes últimos dias, conhecimento do documento-proposta para uma nova Política Nacional de Imigração, abrangendo a questão dos emigrantes brasileiros, pelo jornal Via Brasil, pois nenhuma correspondência ou informação a respeito me foi enviada.

O que prova o fundamento de nossas críticas quanto à real utilidade do referido Conselho, sem possibilidade de tomar decisões e, pelo que vejo, isolado mesmo sendo um apêndice da Subsecretaria de Estado das Comunidades Brasileiras no Exterior, dependente do Itamaraty. Discute-se, portanto, uma política da emigração sem a presença de emigrantes (!)

Portanto, nossa principal sugestão e observação, no que se refere aos Emigrantes brasileiros, é a de que as conclusões da Comissão do Senado que concluiu, em 2008, pela criação de uma Secretaria de Estado (da Emigração) não seja considerada como cumprida com a atual Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior, dirigida por diplomatas sem qualquer experiência ou vivência como emigrantes.

O governo brasileiro precisa criar um órgão institucional emigrante, ajudar na criação de parlamentares emigrantes e não se satisfazer com a simples criação do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior, órgão consultivo, sem qualquer utilidade prática e destinado apenas a dar a impressão de que existe uma política brasileira de emigração.

Como ex-membro eleito do Conselho Provisório de Representantes de Emigrantes lamento que, embora ainda incipiente, não tenham sido convidados, os membros eleitos do referido Conselho Provisório de Representantes de Emigrantes, a participar do Grupo de Trabalho, autor de um projeto de política nacional da imigração, referido acima, incluindo também preceitos sobre a emigração.

Como dirigente do movimento de cidadania Estado do Emigrante temos proposto a criação de um super-Ministério, abrangendo a migração, a imigração e a emigração. O simples Conselho Nacional da Imigração, mesmo se tornando Conselho Nacional da Migração, órgão colegiado, não terá a liberdade e a independência necessárias à adoção de medidas concretas nessa área e à aplicação de uma política de migração. Mas poderá ser útil, como órgão de consulta para um Ministério ou uma Secretaria de Estado das Migrações ou da Emigração.

O governo acaba de institucionalizar as Conferências Brasileiros no Mundo, mas na I Conferência, defendemos ali mesmo a criação de uma Comissão de Transição para um órgão institucional emigrante, porque não achamos justo e nem lógico que as questões relacionadas com mais de três milhões de emigrantes mereçam apenas uma conferência anual destinada à apresentação de um rosário de queixas e reivindicações, sem qualquer possibilidade de decisão, cabendo aos diplomatas do Itamaraty dar sequência aos pleitos mas de maneira não prioritária.

Aproveitamos para denunciar que, na I Conferência Brasileiros no Mundo, um abaixo-assinado, majoritário, pedindo uma Comissão de Transição da Conferência para uma órgão institucional, acabou sendo ignorado, em desrespeito aos emigrantes signatários e demonstrando que tais conferências estão sob a tutela do Itamaraty que modifica ao seu sabor as decisões ali tomadas, consideradas inadequadas ou contrárias aos planos pré-estabelecidos.

Brasileiros (as) no Exterior

Os itens 4.20 a 4.26, do documento final do qual não participaram lideranças autênticas emigrantes, Contruibuições para a Construção de Políticas Públicas Voltadas à Migração para o Trabalho, nos parecem insuficientes.

Os documentos de Lisboa e Bruxelas foram sugestões unilaterais de grupos não vinculados à necessidade de uma política institucional, porém de ações setoriais geralmente inspiradas por grupos de inspiração religiosa, como ocorre dentro do Brasil, onde Ongs escalabrinianas fixam as regras do setor, mesmo porque até há pouco não havia nenhum projeto institucional brasileiro de política de migração e muito menos de emigração.

A entrega da tutela dos emigrantes ao Ministério das Relações Exteriores é quase uma aberração, pois é o Ministério do Trabalho que tem sido mais ativo no setor da emigração. Existe uma confusão entre a ação consular junto aos emigrantes, na verdade ações de tabelionato e de cartórios, com uma política de emigração.

Em nome dos movimentos de cidadania Brasileirinhos Apátridas, www.brasileirinhosapatridas.org que incentivou e orientou a recuparação da nacionalidade brasileira para os filhos da emigração; e do Estado do Emigrante, www.estadodoemigrante.org que reivindica um órgão institucional emigrante autônomo e independente do MRE, ligado diretamente à Presidência, queremos dar nossa contribuição com as seguintes propostas básicas - em lugar de um Observatório da Migração, é mais urgente a criação de um Ministério das Migrações, abrangendo migração, imigração e emigração, ou de uma Secretaria de Estado da Emigração, interativa com todos os Ministérios mas autônoma nas suas decisões e integrada por emigrantes;

os emigrantes precisam ter voz ativa no Congresso Nacional, em Brasília, e se deve criar circunscrições eleitorais na América do Sul, do Norte, Europa, Ásia e África, para que elejam representantes emigrantes em Brasília; o movimento emigrante, desvinculado da tutela do MRE, deve se basear no tripé – órgão institucional independente e autônomo, parlamentares emigrantes em Brasilia e um amplo conselho de emigrantes eleitos, representativo de todas as regiões com presença emigrante brasileira;na consideração da emigração brasileira se deve também acrescentar um elemento importante – a presença dos pequenos, médios e grandes empresários emigrantes; deve-se promover a regulamentação das atividades ligadas aos emigrantes, como despachantes, doleiros e advogados; deve-se dar apoio à mídia emigrante, importante nas comunidades brasileiras nos EUA e de importância informativa nos pequenos núcleos de brasileiros; deve-se acelerar a criação do voto por correspondência para os emigrantes, conjugado com a criação de parlamentares emigrantes, que favorecerá a participação eleitoral dos emigrantes e dará importância política aos emigrantes com a votação de seus representantes em Brasília; obrigatoriedade da presença de verdadeiros emigrantes na discussão de projetos relacionados com a emigração, nos próximos grupos de trabalho ou comissões oficiais. Para evitar a preferência por grupos ou lobbies religiosos ou de empreendimento, a escolha deverá ser feita entre os emigrantes eleitos para o Conselho de Representantes das Comunidades Brasileiras, enquanto não houver parlamentares ou um órgão institucional. No caso de demora na eleição do Conselho Permanente, valem os membros do Conselho Provisório, cujo mandato expirou em outubro, mas no qual havia membros eleitos.

O movimento de cidadania Estado do Emigrante critica a não remuneração dos membros do Conselho de Representantes de Emigrantes, cuja consequência senão objetivo é a de se desestimular a participação dos verdadeiros emigrantes operários e se criar uma elite emigrante, formada por acadêmicos ou representantes de grupos religiosos e comerciais.

Critica também a política do MRE de, imitando os franceses e suíços que têm vergonha de dar o nome de emigrantes aos franceses e suíços do exterior, decidiu, sem consulta prévia, chamar os emigrantes brasileiros de Brasileiros no Mundo. A emigração brasileira existe e sua nomeação não deve ser evitada.

Com os melhores cumprimentos, Rui Martins, ex-membro eleito do Conselho Provisório de Emigrantes junto à Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior, dirigente dos movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado do Emigrante.
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Para Rui Martins, o governo brasileiro deveria criar uma nova política de emigração a exemplo de Portugal, França, Itália e mesmo México e Equador.

Leia mais em...


http://www.francophones-de-berne.ch/


http://www.estadodoemigrante.org/

*Ex-correspondente do Estadão e da CBN, após exílio na França. Autor do livro “O Dinheiro Sujo da Corrupção”, criou os Brasileirinhos Apátridas e propõe o Estado dos Emigrantes. Vive na Suíça, colabora com os jornais portugueses Público e Expresso, é colunista do site Direto da Redação. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

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domingo, 11 de julho de 2010

Serra em Bangu I


Deu no Tijolaço do Brizola Neto

Povo grita Lula com estranha visão de Serra em Bangu

Desde ontem eu estava curioso para saber como tinha sido a incursão de Serra a Bangu, tradicional bairro operário do Rio de Janeiro, onde fica o Estádio Proletário de Moça Bonita, campo do Bangu Atlético Clube, time de meu avô aqui no Rio.

Como Serra se aventurou a andar de trem até Bangu, tinha minhas dúvidas de que passaria incólume pela população do bairro, politizada e sempre comprometida com as lutas populares. Procurei no Globo e nada. Olhei a Folha e também nada. As matérias davam a entender que a visita foi insossa, mas nada de extraordinário tinha acontecido. Os jornais apenas reproduziam uma declaração de Serra com críticas à atuação do governo Lula na educação, usando seu profundo argumento de que o que vem sendo feito é “trololó”. Olha só quem estava falando de educação!

Cheguei a pensar que a população talvez nem quisesse mesmo gastar esforço com Serra, mas um amigo me ligou perguntado se eu tinha lido o Valor. Embora preponderantemente um jornal de economia, O Valor tinha feito a melhor cobertura política da passagem de Serra pelo Rio. E lá estava registrado logo no título: “Em Bangu, Serra é lembrado por Saúde e ouve salvas a Lula”. (Como a edição online do Valor é exclusiva para assinantes, coloco aqui a reprodução da matéria extraída da Fecomércio).

E foi justamente na hora em que falava do trololó a jornalistas que “populares não o pouparam e gritos de Lula foram ouvidos diversas vezes”, conta o jornal. Acho que essa vai ser a sina de Serra por onde andar nesse país. Logo na sua primeira atividade de campanha, em Curitiba, ele ouviu gritos de “Dilma, Dilma”, daquela vez registrados por O Globo.

Serra em Bangu II



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terça-feira, 6 de julho de 2010

Senhoras de senhores


Luciane Soares da Silva

Senhoras de senhores

No mesmo quarto, outras choraram,
Antes de 1960 e depois
Dispostas sob uma lua que favorecia a percepção das tragédias
Confinamento em alguns metros
Perto da área de serviço
Um corpo negro sob um teto baixo
E eram milhares pela cidade
Que não sabiam dos sabores dos queijos
Sabiam do peso dos cavalos
E demais animais de seu mundo reduzido.
Subindo pelas escadas dia após dia,
Cumprimentavam homens e crianças

Que obrigações eram estas,
Que as traziam apenas as névoas do dia?
Que diziam nas salas, senhores inflamados de aguardente?
Que sorte era aquela

Senhores de escravos
Senhoras de senhores
Escravas de apartamento
De senhores

E milhões de dias depois,
Esposas de senhores
No mesmo quarto onde outras choraram.

Mesmo a lua repete seus avisos,
Não há quem possa desconhecer as tragédias.



Luciane administra e atualiza regularmente o blog BANANA BE BOP


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quinta-feira, 1 de julho de 2010

“Tasso, Zé”?


Raul Longo
Foto: Jasmim Losso Arranz

coitado. Tão feinho e sem viço, só por causa de um vice!
– Vício?
– Não. Vice!
– Hum! Isso é tão perigoso quanto caxumba. Só que funciona ao contrário: vai do saco pra cabeça.
– Precisa ter controle médico...
– O quê? O vírus da caxumba?
– Não. O vício de procurar vice.
– É tudo mentira!
– Tem algumas meias-verdades, com as quais escondem rios de dinheiro desviado do erário.
– Ah, sim! Tem sim. Mas também usam cuecas inteiras.
– Nesse caso está comprovado que dá azar.
– Arruda dá sorte, mas existem casos de efeitos contrários!
– Arruda fede!
– Depende do olfato de quem cheira.
– Por isso o Caçador de Maracujina prefere supositórios, como os mulas que transportam cápsulas de cocaína no estômago.
– Mas que cagão de merda.
– Quem? O Dunga?
– Não, o cafunga.
– É o vício.
– Do Maradona?
– Não! Vício de vice.
– Dias piores virão!
– Aff!
– Do jeito que tá, só Deus! pois o Demo tá cansado de tanta luta inglória.
– No Rio, a Marina da Glória também é conhecida como Marina do Flamengo.
– Que sina a de quem desatina!
– Deveria tentar um vigário.
– Vigário?
– É! Vê lá no dicionário: “vigário: aquele que substitui outro”. O vice.
– Então... vigário está.
– Vigário para-quedista.
– E daí?
– Agrega valores católicos aos preceitos evangélico-eleitorais.
– Não vai dar certo!
– Só as meninas do baixo dão na medida certa. O resto é enganação.
– Pelo visto, formigão, quando quer se perder, cria malas.
– Virgem Santa!
– A Marina?
– Essa hoje parece menos milagreira do que se supunhetava.
– A Abreu abriu...
– Ninguém aguentaria katilinária.
– Então, o Tasso...
– O Tasso já havia mandado um bilhete no qual constava apenas as palavras “Tasso, Zé”.
– Ofereceu-se para ser vice?
– Não, nada disso. Só agora ele decodificou a sua própria mensagem: “Tás só, Zé”. Tirou o time em grande estilo: montou na garupa do jato e se afastou voando...
– Pela vicinal?
– Sim, foi o que alegou: “Vice, não!”
– É que eles insistem na titularidade. Sabe como é, né?
– Sei sim, sei como é isso de ser obrigado a protelar planos de infância. Às vezes a vida passa e nunca se concretizam. Aquilo que poderia ter acontecido ontem talvez aconteça daqui a cinquenta anos.
– Ora, cinquenta anos não passa de um piscar de olhos, quando, einsteinianamente, tomamos como referência a eternidade.
– Quer saber?
– Depende! Se vai falar de vice, prefiro jogar Caça ao Tesouro.
– Caça ao tesouro? Ora, isso é programa de índio.
– Índio que, durante milênios, carregou este país nas costas?
– Não. Índio que prefere montar nas costas dos outros índios.
– Cacique?
– Por enquanto, curumim.
– “Cu” o quê?!

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*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Ponta do Sambaqui, 2886
Floripa/SC. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz


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